5 de mar. de 2011

CARNAVAL E CINZAS.

Mais uma vez chega o carnaval. E lá vem a mídia falada, escrita e televisiva, bombardear os nossos sentidos com frases e apelos de todo tipo. Ano vai, ano vem e é sempre a mesma rotina. Sexo, desfile de nudez, genitália à mostra e gestos eróticos ensaiados para conquistar a multidão. É nisso que se resume hoje o tão propalado carnaval. Uma festa pagã, culto ao deus “Eros” e à deusa “Afrodite”, como na antiga Grécia.
Você poderá pensar que sou contra o carnaval. Não sou contra o carnaval, mas sou contra aquilo em que transformaram o carnaval, uma festa consumista, onde os mais espertos levam vantagem.
Originalmente o carnaval era uma festa religiosa que antecedia a Quaresma, tempo de oração, meditação e conversão. A palavra carnaval vem do latim “carne vale” e quer dizer festa da carne, ou seja: diversão, brincadeiras, comida à vontade, descontração, para depois enfrentar os 40 dias da Quaresma com austeridade, sem comer carne e com jejuns. Esse era o sentido do carnaval quando foi criado.
Infelizmente, porém, a sociedade de consumo tem a capacidade de desvirtuar tudo, especialmente as festas religiosas. Assim foi com o carnaval, com o Natal e estão tentando fazer o mesmo com a Páscoa.
Nós cristãos não podemos aceitar esse tipo de atitude e entrar na onda também. É claro que nós também podemos nos divertir no carnaval, brincar, dançar, desfilar, desde que seja algo sadio, construtivo, um momento de descontração e convivência fraterna.
Após o carnaval vem a quarta-feira de Cinzas, dia em que começa a Quaresma. Quaresma significa quarenta. São 40 dias que desembocam na Páscoa da Ressurreição. O nome quarta-feira de Cinzas, é por que nesse dia, nas Igrejas, é feita a benção e a imposição das cinzas, que o povo costuma dizer incorretamente, “tomar cinza”. Esse gesto de impor cinza na fronte das pessoas é apenas um sinal que quer nos lembrar que somos criaturas frágeis, finitas, que viemos do pó da terra e para ela voltaremos. Isso do ponto de vista físico. Portanto, a cinza não deve ser buscada como um ato mágico, de alguém que pinta e borda nos 3 dias de carnaval e depois na quarta-feira vai receber a cinza e está tudo certo. Para nós, cristãos, buscar a imposição das cinzas representa um gesto de humildade, de quem se reconhece pecador, finito, mas quer mudar e se prepara durante a Quaresma para renascer com Cristo na Páscoa da Ressurreição.
A propósito, um esclarecimento sobre as cinzas: essa cinza que é colocada na cabeça ou na fronte dos fiéis é obtida queimando-se os ramos bentos guardados do domingo de ramos do ano anterior. O gesto litúrgico das cinzas é este: o ministro ordenado coloca uma pequena quantidade de cinza, com o dedo, na fronte ou na cabeça da pessoa e diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho”ou “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar”.
Diácono Nicola Angelo D'Istefano
Paróquia N. Sra. do Bom Sucesso - Pindamonhangaba - SP

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